Martine Chartran - Canadá

  

Nascida em Montreal, Martine Chartrand completou um bacharelado em artes visuais na Universidade Concordia em 1986. Em seguida, obteve um certificado em educação artística pela Université du Québec à Montréal em 1988. Trabalhou como pintora / ilustradora em empresas produtoras de filmes, criou cartazes para festivais, ensinou e participou de exposições no Canadá e na Europa.
Ela começou a se envolver em animação em 1986, trabalhando como artista de layout e cor. O trabalho de Martine Chartrand é notável por seu generoso humanismo, seu compromisso social e uma abordagem global notável. Essas qualidades já estão aparentes em seu primeiro filme, TV Tango (1992).

 Ela é uma cineasta com uma consciência social altamente desenvolvida, cujo imaginário de  inspiração clássica carrega uma mensagem lúcida e convincente, cheio de simpatia real para com quem ela retrata.
 No mundo do cinema de animação canadense , Martine é um brilhante exemplo de integridade, força de vontade e perseverança. 

Martine fala de sua técnica

                            

Black Soul - 2001
 No entanto, foi em Âme noire / Black Soul, seu segundo curta

metragem, que ela revelou a amplitude e originalidade de sua arte . Abandonando o desenho no papel para empregar pela primeira vez a técnica exigente da pintura em vidro, Chartrand abordou o assunto da história dos povos negros, representando faraós negros de Nubian / Egito e o tráfico de escravos com o mesmo brilho, misturando em uma única trilha sonora a música tribal da África antiga e o jazz americano.

A simplicidade da estrutura do filme - uma avó contando a história de seu povo a seu neto - deu a cineasta o escopo de viajar no espaço e no tempo, para se deslocar da África para as Índias Ocidentais e , em seguida, a partir dos Estados Unidos para o Canadá , para mostrar a solidão dos campos de algodão , a coragem dos escravos , o sofrimento e a rebelião, para que possamos ouvir o estalo do chicote, a dignidade do canto e da voz grave do reverendo Martin Luther King falando do sonho de fraternidade e de um futuro melhor para o suas crianças.
 Esta série de imagens entrelaçadas com as referências que nos levam de volta às origens do café, açúcar e algodão, a colagem de sons e peças de música tão rica como as cores brilhantes , se reúnem para criar um afresco , um panorama amplo que engloba tanto a gente famosa e anônima , reis e pobres, velhos e crianças .
 Âme noire / Black soul ganhou vinte e dois prêmios, incluindo o Urso de Ouro de melhor curta-metragem em Berlim, o Jutra de melhor filme de animação e o "Coração de Cristal", em Indianápolis. 

MacPherson - 2003
 Chartrand mergulhou em outro filme ambicioso usando a técnica de pintura em vidro ambicioso.
 Inspirado numa canção de Félix Leclerc, Martine enfrentou o desafio da história, num filme que exigiu pesquisa considerável. O assunto é a amizade de Leclerc com um químico jamaicano, um amante do jazz, que se torna o centro de uma história que olha para o papel desempenhado por jangadeiros negros nos estaleiros de Quebec. A camaradagem entre as raças e a arte que se desenvolveu a partir disso. É outro filme musical que se ocupa em uma série de temas já levantados em seu filme anterior.
 MacPherson confirma a força do compromisso social de Martine Chartran e é um exemplo de cinema como veículo para a história , a luta contra a ignorância para ajudar a construir uma imagem positiva das realidades raciais. 





Martine anima o curta MacPherson